Há 149 anos nascia Juliano Moreira, um dos maiores nomes da saúde mental brasileira que, infelizmente ainda é desconhecida por boa parte da comunidade científica nacional.
Juliano foi um médico negro, um dos fundadores da psiquiatria no Brasil, que lutou incessantemente contra o racismo científico e a favor da humanização do tratamento do sofrimento mental. Como de esperado sofreu muitas resistências e o pouco conhecimento de de sua importante contribuição para o Brasil é sinal que esta luta ainda não foi totalmente superada.
Estudante genial, entrou para a Faculdade de Medicina da Bahia aos 13 anos, graduando-se aos 18; aos 23 já era professor da instituição. Desafiou o consenso da época – intensamente permeado de racismo científico -ao se contrapor fortemente às teorias de “degeneração” do povo brasileiro devido à mestiçagem e também da existência de “doenças mentais próprias de climas tropicais“. Estudioso atento dos avanços do início do século 20, fez importantes críticas à psicanálise e a recepção que a mesma teve no Brasil .
Juliano foi o primeiro professor universitário brasileiro a incorporar a teoria psicanalítica freudiana (praticamente recém surgida) nos estudos acadêmicos de psiquiatria. Em 1933 faleceu de tuberculose na cidade de Petrópolis – RJ.
Para saber um pouco mais, recomendo que leiam o interessante Ana Maria Galdini Raimundo Oda e Paulo Dalgalarrondo escreveram em 2000 para a Revista Brasileira de Psiquiatria. (clique aqui).
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000400007
Dica do professor Luis Vinicius do Nascimento.